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Os Maias acertaram!


Matéria para Revista Wide Edição 94
No dia 12 de Dezembro de 2012, acompanhei atentamente pela TV a coletiva para imprensa de Don Yeomans, importante cientista da NASA e coordenador do programa NEO de busca por asteroides perigosos para o planeta Terra. É isso mesmo, enquanto trabalhamos, a equipe de Yeomans fica atenta ao céu para ver se nenhuma pedra vai cair sobre nossas cabeças. Quando ele afirmou que o dia 21 de dezembro seria como qualquer outro e o que estaria indicado no calendário Maia era na verdade o fim de um ciclo e o início de outro, não o apocalipse, a minha esperança de deixar de pagar minhas contas devido ao falado "fim do mundo" foi por água abaixo. Yeomans resumiu, a data coincide simplesmente com o fim do período de "contagem longa" dos Maias, mas depois, da mesma forma que nossos calendários se reiniciam no dia 01 de janeiro, teríamos um novo período de "contagem longa". Isso me lembrou o pânico causado pelo bug do milênio, lembram?

Para quem gosta de história, eu gosto bastante, encontramos inúmeras provas do extenso conhecimento destas antigas civilizações sobre os mecanismos do universo e sua influência em nosso planeta, eles tentavam prever desde os ciclos de colheita até datas mais propicias para suas batalhas terem êxito. Me parece lógico o raciocínio, se é visível a influência da Lua sobre nosso planetinha azul, porque não poderia haver influência dos outros astros também? Entre estas civilizações estavam os Sumérios, Egípcios, Gregos e mais recentemente os Olmecas, Astecas e nossos apocalípticos amigos Maias. Estas grandes civilizações surgiram de um modo geral, por causa de tribos que se estabeleceram em locais onde teriam condições de desenvolver a agricultura. Surgindo assim, as primeiras cidades, dando início às grandes civilizações. Para mim, a mais interessante foi a civilização Suméria e não a Maia, eles foram os primeiros, surgiram praticamente no meio de tribos nômades à cerca de 7.000 anos atrás, foram grandes inventores, onde muitas autoridades no assunto lhes dão crédito pelas invenções da roda, da escrita,  astronomia, avançados conceitos matemáticos, inventaram o relógio com 60 segundos, 60 minutos e 12 horas, além do calendário de 12 meses que usamos atualmente. Muito do que eles criaram é utilizado até hoje, mas o que mais me espanta foi a velocidade que este avanço aconteceu, foi o fim de um mundo primitivo, para um novo mundo muito mais civilizado.

Atualmente vários cientistas e filósofos, dentre eles destaco o cientista Raymond Kurzweil, defendem uma teoria que em minha opinião pode explicar o aparecimento repentino dessas civilizações e também dar um contexto melhor para o apocalipse dos Maias. É a teoria da singularidade tecnológica, que defende um evento histórico previsto para o futuro próximo, no qual a humanidade atravessará um estágio de espantoso avanço tecnológico nas áreas da informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia, genética e biotecnologia, que nos levará nas próximas décadas a atravessar um período de crescimento do conhecimento exponencial onde será impossível prever o que acontecerá nos próximos 30 anos! Não foi exatamente o que aconteceu com essas antigas civilizações? Elas consolidaram conceitos e conhecimento observando a influência do universo na natureza terrestre, esses paradigmas chegaram a uma maturidade que os permitiram explora-los ao máximo, permitindo-os  de saltaram de tribos nômades exponencialmente para impérios. Bom pelo menos, essa hipótese me parece mais lógica do que pensar que fomos colonizados por Deuses astronautas ou por um milagre qualquer...

Agora vamos voltar a mudança do calendário Maia para um novo ciclo embasados pela teoria do crescimento e mudanças exponenciais. Coincidência ou não, acontece em um período de grandes transições para a humanidade. Outro fato é que a maior parte daqueles que pesquisam ou discutem a singularidade tecnológica acreditam que estas possam ocorrer drasticamente a partir de 2025. Neste caminho, já é fácil perceber que atualmente os avanços técnicos estão possibilitando a existência de um novo mundo em tempo real, de um mundo sem distância e o surgimento de novas relações sociais que antes não eram possíveis.  Estas mudanças acabam influenciando o ambiente político mundial e juntamente com a inovação tecnológica, aceleram a globalização e o surgimento de uma nova cultura planetária que nunca antes existiu, ou seja, de uma certa forma o fim do mundo que conhecemos até então. Máquinas que antes eram externas, agora estão se tornando meio para nosso envolvimento com outras mentes e outras culturas. Todas essas informações acumuladas estão disponíveis ao cidadão comum do mundo inteiro, sementes de informação que certamente geminarão muitas flores de conhecimento e principalmente darão frutos de consciência. Imaginem a evolução deste ritmo que vivemos para os próximos 30 anos?

E como nós pobres mortais devemos nos adaptar a este novo mundo de mudanças rápidas e drásticas? Confesso que gostei muito das abordagens da "Singularity University" (singularityu.org) e também da história e caminho sugeridos pelo livro "Metanoia" do autor Roberto Adami Tranjan (livrometanoia.blogspot.com.br), vale a pena conferir! Eles trazem propostas que talvez sejam caminhos para nos adaptarmos a este novo mundo. Os programas da Singularity University foram concebidos para executivos aprenderem a construir soluções inovadoras e exponenciais através de um ambiente multidisciplinar com acesso a especialistas em vários diferentes campos. Já o livro ''Metanóia'' através de uma abordagem holística,  onde ele derruba o modelo de administração tradicional baseado na hierarquia, controle e comando originados nas ideias típicas da era industrial, para adotar um ciclo alternativo, onde um novo tipo de empresa pode surgir através do ciclo da prosperidade e cooperação multi disciplinar, onde o mercado é associado à idéia de abundância, há espaço suficiente para todos que souberem atuar. O controle é substituído pelo risco e a repetição pela inovação. A competitividade tão marcante no ciclo industrial dá lugar à cooperação no ciclo da prosperidade. É possível cooperar inclusive com o concorrente. Enquanto o ciclo da sobrevivência industrial trata da probabilidade, o ciclo da prosperidade trata de possibilidades, ou seja, acreditar num mundo de abundância onde tudo é possível, afinal existem muito mais espaços vazios do que ocupados neste nosso universo. Portanto, adapte-se e feliz ciclo novo para você e aos Maias!

Matéria de Alexandre Cezário para Revista Wide Edição 94 Jan/Fev de 2013.

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