Matéria para Revista Wide Edição 94 |
Para quem gosta de história, eu gosto bastante, encontramos
inúmeras provas do extenso conhecimento destas antigas civilizações sobre os
mecanismos do universo e sua influência em nosso planeta, eles tentavam prever
desde os ciclos de colheita até datas mais propicias para suas batalhas terem
êxito. Me parece lógico o raciocínio, se é visível a influência da Lua sobre
nosso planetinha azul, porque não poderia haver influência dos outros astros
também? Entre estas civilizações estavam os Sumérios, Egípcios, Gregos e mais
recentemente os Olmecas, Astecas e nossos apocalípticos amigos Maias. Estas
grandes civilizações surgiram de um modo geral, por causa de tribos que se estabeleceram
em locais onde teriam condições de desenvolver a agricultura. Surgindo assim,
as primeiras cidades, dando início às grandes civilizações. Para mim, a mais interessante foi a civilização Suméria e não a Maia, eles
foram os primeiros, surgiram praticamente no meio de tribos nômades à cerca de
7.000 anos atrás, foram grandes inventores, onde muitas autoridades no assunto
lhes dão crédito pelas invenções da roda, da escrita, astronomia, avançados conceitos matemáticos, inventaram o
relógio com 60 segundos, 60 minutos e 12 horas, além do calendário de 12 meses
que usamos atualmente. Muito do que eles criaram é utilizado até hoje, mas o
que mais me espanta foi a velocidade que este avanço aconteceu, foi o fim de um
mundo primitivo, para um novo mundo muito mais civilizado.
Atualmente vários cientistas e filósofos, dentre eles destaco
o cientista Raymond Kurzweil, defendem uma teoria que em minha opinião pode
explicar o aparecimento repentino dessas civilizações e também dar um contexto
melhor para o apocalipse dos Maias. É a teoria da singularidade tecnológica,
que defende um evento histórico previsto para o futuro próximo, no qual a
humanidade atravessará um estágio de espantoso avanço tecnológico nas áreas da
informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia,
genética e biotecnologia, que nos levará nas próximas décadas a atravessar um período de crescimento do conhecimento
exponencial onde será impossível prever o que acontecerá nos próximos 30 anos!
Não foi exatamente o que aconteceu com essas antigas civilizações? Elas
consolidaram conceitos e conhecimento observando a influência do universo na
natureza terrestre, esses paradigmas chegaram a uma maturidade que os
permitiram explora-los ao máximo, permitindo-os de saltaram de tribos nômades exponencialmente para impérios. Bom pelo menos, essa
hipótese me parece mais lógica do que pensar que fomos colonizados por Deuses
astronautas ou por um milagre qualquer...
Agora vamos voltar a mudança do calendário Maia para um novo
ciclo embasados pela teoria do crescimento e mudanças exponenciais.
Coincidência ou não, acontece em um período de grandes transições para a
humanidade. Outro fato é que a maior parte daqueles que pesquisam ou discutem a
singularidade tecnológica acreditam que estas possam ocorrer drasticamente a partir de 2025. Neste caminho, já é fácil
perceber que atualmente os avanços técnicos estão possibilitando a existência
de um novo mundo em tempo real, de um mundo sem distância e o surgimento de
novas relações sociais que antes não eram possíveis. Estas mudanças acabam influenciando o ambiente político
mundial e juntamente com a inovação tecnológica, aceleram a globalização e o
surgimento de uma nova cultura planetária que nunca antes existiu, ou seja, de
uma certa forma o fim do mundo que conhecemos até então. Máquinas que antes
eram externas, agora estão se tornando meio para nosso envolvimento com outras
mentes e outras culturas. Todas essas informações acumuladas estão disponíveis
ao cidadão comum do mundo inteiro, sementes de informação que certamente
geminarão muitas flores de conhecimento e principalmente darão frutos de consciência. Imaginem a evolução deste ritmo que vivemos
para os próximos 30 anos?
E como nós pobres mortais devemos nos adaptar a este novo
mundo de mudanças rápidas e drásticas? Confesso que gostei muito das abordagens
da "Singularity University" (singularityu.org) e também da história e
caminho sugeridos pelo livro "Metanoia" do autor Roberto Adami
Tranjan (livrometanoia.blogspot.com.br), vale a pena conferir! Eles trazem propostas que talvez sejam caminhos para nos
adaptarmos a este novo mundo. Os programas da Singularity University foram
concebidos para executivos aprenderem a construir soluções inovadoras e
exponenciais através de um ambiente multidisciplinar com acesso a especialistas
em vários diferentes campos. Já o livro ''Metanóia'' através de uma abordagem
holística, onde ele derruba o
modelo de administração tradicional baseado na hierarquia, controle e comando originados nas ideias
típicas da era industrial, para adotar um ciclo alternativo, onde um novo tipo
de empresa pode surgir através do ciclo da prosperidade e cooperação multi
disciplinar, onde o mercado é associado à idéia de abundância, há espaço
suficiente para todos que souberem atuar. O controle é substituído pelo risco e
a repetição pela inovação. A competitividade tão marcante no ciclo industrial
dá lugar à cooperação no ciclo da prosperidade. É possível cooperar inclusive com
o concorrente. Enquanto o ciclo da sobrevivência industrial trata da
probabilidade, o ciclo da prosperidade trata de possibilidades, ou seja,
acreditar num mundo de abundância onde tudo é possível, afinal existem muito
mais espaços vazios do que ocupados neste nosso universo. Portanto, adapte-se e
feliz ciclo novo para você e aos Maias!
Matéria de Alexandre Cezário para Revista Wide Edição 94 Jan/Fev de 2013.
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