Propeg celebra 45 anos pronta para novos desafios
Por Renata de Salvi
Uma agência que comemora 45 anos de existência tem muita história para contar. É o caso da Propeg, que nasceu em Salvador e hoje tem unidades, além da capital baiana, em Lauro de Freitas, também na Bahia, São Paulo, Brasília e Fortaleza. Entre os feitos memoráveis ao longo destes anos todos, além de fazer parte do seletíssimo grupo das agências de publicidade veteranas, foi a Propeg quem plantou a semente da internet brasileira com a criação da Midialog, que mais tarde tornou-se a conceituada AgênciaClick. E formou publicitários reconhecidos internacionalmente, como Duda Mendonça e Sérgio Valente. Também ultrapassou diversos planos econômicos, a ditadura militar, a luta pela democracia, as mudanças de perfil do consumidor e as transformações tecnológicas. Há 30 anos na Propeg, seu presidente, Fernando Barros, diz que o fundamental para ter dado certo durante tanto tempo é conciliar o espírito arrojado e a preocupação com a liquidez. Na prática, é reinventar-se o tempo todo. “Tivemos desertos, tempestades e bons momentos. Quando deixamos de atender a conta do governo da Bahia, por exemplo, houve redução de 30% a 40% do faturamento. Avançamos, então, para conquistar novos mercados, como aconteceu em São Paulo, e com novas contas em Brasília. Dois anos depois, estávamos crescendo novamente.”
A estratégia da reinvenção tem dado bons resultados. No ano passado, o faturamento atingiu R$ 315 milhões, um aumento de 40% em relação a 2008. E, no primeiro semestre deste ano, houve acréscimo de 65% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Devido à lei eleitoral, que restringe a divulgação de programas de governo no período das eleições, a Propeg terá uma queda pontual no faturamento deste segundo semestre. Isso porque alguns dos seus maiores clientes são da gestão pública. Mesmo assim, Marcos Fonseca, diretor administrativo-financeiro, prevê crescimento: “Devemos fechar 2010 com um faturamento 30% maior do que o de 2009. Temos boas prospecções em andamento e nossos clientes são sólidos e estão crescendo.”
No ranking das 50 maiores agências do Ibope Monitor, a Propeg ocupa o 23º lugar com faturamento de R$ 628,643 milhões. Barros assegura que, apesar disso, a agência não está nem na metade do caminho. “Assisti a um filme com meu filho mais novo e durante o trailler apareceu uma história em que as corujas iam buscar reforço dos guardiões porque seu reino estava sendo invadido. Perguntaram ao mais velho como se chegava até eles. E o ancião respondeu que quando se imaginasse que o grupo estaria chegando ao destino, eles não estariam nem na metade do caminho. No caso das empresas, ocorre do mesmo jeito: aquelas que têm vitalidade devem achar que ainda não chegaram na metade do percurso. A Propeg não é um projeto pronto e acabado.”
Contribuição à comunicação
Alexandre Cezário de Campos foi contratado há um ano para liderar a diretoria digital da Propeg. Com passagem pela TV1.com, Cezário chegou para implementar a área e estimular a agência a integrar o on e o off. A primeira etapa foi alocar um diretor de arte digital diretamente na área de criação. A segunda fase foi garantir a capacitação dos profissionais de mídia, planejamento e atendimento. Também foram contratados especialistas em mídias sociais, search engine marketing e business intelligence. A lista de parceiros passou por reformulação e foi ampliada para agências especializadas em games e redes sociais, entre outros.
Além da reestruturação da área digital, Cezário é responsável por um projeto inovador e ambicioso. Lançado em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais é um espaço de estudos de tendências da comunicação. A Propeg investe R$ 60 mil por ano na iniciativa, além de ter auxiliado na infraestrutura física. Também houve o apoio do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que investiram R$ 40 mil em equipamentos, e da Fabesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), que entrou com R$ 5 mil. Respondendo a um coordenador adjunto, oito pesquisadores, todos estudantes de jornalismo ou produção cultural, recebem bolsa para desenvolver estudos sobre as inovações de publicidade no mundo todo. A agência já obteve 23 relatórios com temas diversos, como mobile marketing, campanhas colaborativas, marketing de buscas e publicidade em redes sociais, entre outros. Sem data prevista, nem nome definido, o objetivo é lançar um livro com a síntese dos trabalhos desenvolvidos. “Periodicamente, realizamos reuniões com os pesquisadores para alinhar sobre quais assuntos queremos saber mais e saber de suas impressões. Nosso objetivo é entender as próximas ondas que estão por vir e a meta é disseminar esse conhecimento também aos nossos clientes. Além disso, o projeto faz com que os estudantes adquiram experiência”, diz Cezário, responsável pelo projeto.
Leia matéria na integra: Revista Propaganda
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